" [...] Partindo da concepção da liberdade como principal expressão da individualidade, para identificá-la no meio social é necessário antes definir esta individualidade. No senso comum, há a exaltação de que a verdadeira individualidade do ser humano está presente nos seus aspectos mais independentes do mundo externo. Esquece-se assim de que o ser humano é amplamente influenciado desde o nascimento por aspectos alheios a ele, como a família, a escola, e até mesmo a herança genética. O que realmente diferencia um indivíduo de outro, a construção deles, é quais foram estas influências exteriores, como elas o atingiram e como se relacionam em síntese para gerar a consciência individual. O indivíduo é, na verdade, a totalidade de suas experiências.
A liberdade manifestaria o produto da síntese das experiências e relações entre estas dentro do ser humano. Ela mesma não estaria livre de influências e tampouco deve ser desvalorizada por isso, pois estas influências podem ter resultados diferentes de acordo com as vivências de cada indivíduo. São estas diferenças que criam novos pontos de vista, inventos, ideias e posteriormente modificações na sociedade, como por exemplo as revoluções sociais alterando nossos modos de vida, tornando-as assim a demonstração mais perceptível de como há liberdade social, porém observada através de um novo prisma que admite as influências como partes do indivíduo e não limitadoras de liberdade."
(10/04/2014)