sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo e uma mensagem pessoal com Like a Stone

Todos estão muito ansiosos pelo ano novo, cheios de esperanças e promessas. Eu confesso não estar tão animada assim, tenho vários assuntos inacabados, fora alguns acontecimentos bem desagradáveis. Aqueles que me conhecem bem, sabem que desde Julho venho enfrentando alguns problemas, misturando sentimentos e perdida em mim mesma. Torçamos então para que 2012 seja diferente.

A melhor coisa que me aconteceu este ano foi encontrar uma música capaz de atingir minha alma e tirar lá de dentro a força necessária para que eu mantenha minhas esperanças e siga em frente, uma música que consegue me fazer respirar no meio do caos que estou vivendo. A letra e a melodia são belíssimas, eu adoro o som da guitarra e do baixo. Chama-se Like a Stone do Audioslave. Deixo para vocês um trecho da letra:

"On a cobweb afternoon
In a room full of emptiness
By a freeway I confess
I was lost in the pages 
Of a book full of death
Reading how we'll die alone
And if we're good we'll lay to rest
Anywhere we want to go 
In your house I long to be
Room by room patiently
I'll wait for you there like a stone
I'll wait for you there alone"



Feliz Ano Novo!!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ESTOU DE VOLTA!!

Passei um tempo experimentando o tumblr, e eis minha conclusão: é só um mini-site para gente preguiçosa. Podem discordar, essa é só minha opinião!
Então, estou voltando para o blogspot com textos, poemas, frases e imagens; trazendo novas visões para os observadores de meus pensamentos: vocês, queridos leitores.

Agradeço àqueles que continuam aqui comigo, e espero estar voltando definitivamente!

Outro aviso: blog também passará por algumas modificações, para começarmos 2012 como uma nova vida.

Feliz ano novo!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eterno

Diga-me, imploro,
Que faço para isto ser eterno?
Mas ninguém crê.

Não posso dizer em palavras ou gestos,
Minha voz se perde...
Mas não me tirem os pensamentos.

Sobre abismos eu flutuo,
Traga-me terra e paz...
Ou largue tudo ao vento,
Apenas deixe-me com você...

Diga-me, imploro,
Que faço para ser eterno?
Mas ninguém crê...

Ninguém crê que um segundo possa tornar-se eterno
Nem você?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Um instante de paz

"Sem mágoas ou arrependimentos
Sem perguntas ou respostas
Caminhando por um deserto negro
Em busca de um motivo qualquer
Até lábios macios encontrarem-se com os meus
Por um instante de paz, abandone qualquer pensamento

Unem-se duas vidas em suspiros
Beije-me agora e esquecerei qualquer mágoa
Não quero nada além do seu abraço
Deixe-me invadir seu coração banhado em ódio
Como um anjo, envolvo-o em minhas asas
Meu protetor, meu guardião"
(28/09/2011)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Escolhas

Acho que todos conhecem a música Epitáfio, dos Titãs, onde se reclama que devíamos viver mais cada momento de nossas vidas. É uma questão um tanto mais complicada do que parece. Devemos viver o hoje, mas também pensar no amanhã, e não só um ou outro. Precisamos do equilíbrio.
Sempre meço as consequências das minhas escolhas, analiso consequências, afim de tomar a melhor atitude possível. Certo, admito que existem excessões, momentos onde ajo sem pensar, mas isto não vem ao caso. Nem sempre as decisões são fáceis. A preferência é debater apenas com a razão, porém, quando um sentimento está envolvido, por mais fraco e incerto que ele seja, nós perdemos o controle. Nos enchemos de "se" e "talvez" que, somados  a esperança, nos banham de possibilidades e tornam a resposta inalcançável.
O que fazer? Correr o risco em busca da felicidade ou ficar satisfeito com a situação atual?
Eu sempre tive muito medo de arriscar, mas decidi abandoná-lo ultimamente e seguir mais minha intuição. Aposentei minha timidez e libertei um pouco mais de mim. Não me arrependi até agora e espero que continue assim, momentos importantes estão por vir. Desejem-me boa sorte ;)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Um Sopro de Esperança

"Nem tão frio, nem tão só
Mesmo em toda escuridão
Tomada pelas lembranças
Eu sei que não estou só

O vento levará minha voz
Mensageiro inestimável
Arranque meus gritos e entregue-os a ele
Pois a vida o fez surdo para minhas palavras
Logo as minhas, que lhe entregaram de volta à vida."
04/09/211

O Quarto

"Como em cada passo da sua vida, você parece me buscar
Sempre se deparando com o mesmo rosto no espelho, a face de um anjo caído
De um anjo que arrancou suas próprias asas
Me diga pra quê

Num mar de lágrimas, um sorriso não salva
Então não venha me dizer que valerá a pena
Não posso esperar

Eu queria uma palavra, uma que fosse minha e de ninguém mais
Uma palavra que descrevesse este grito, esta voz que queima meu corpo
Até deixar-me mergulhar de novo no tal mar
Onde vejo sua face nas ondas, a face que levou metade da minha vida
Que me deixou no escuro, sozinha
Num vazio sem fim..."
12/08/11

sábado, 6 de agosto de 2011

Quando minha alma adoeceu...

Nós mudamos todos os dias. Envelhecemos, aprendemos, vivemos. Tudo muda. As casas, as pessoas, o chão, o céu. A cada segundo o mundo passa por mudanças e algumas nem percebemos. Porque, afinal, o tempo passa. Mas o que leva alguém a mudar radicalmente? Comigo foi uma doença.

Por volta da metade de Julho a dor nasceu. Ela consumia tudo que eu gostava, todos os meus objetivos, tudo que eu era. Meu mundo se tornou monótono e sem sentido, nem levantar da cama valia à pena. Passei muitos dias assim, perdi momentos que poderiam ter sido maravilhosos e também cheguei a brigar com alguns amigos. Acho que num momento como este o que você precisa é de alguém do seu lado e eu bem gostaria de dizer que tive. Alguém que com uma frase ou um gesto dê um novo sentido a minha vida ou coisa do tipo. Mas não e eu nem acredito que fosse possível. Fui eu mesma que ergui a cabeça e despertei, pois tenho uma vida para viver, tenho pessoas que se preocupam comigo, pessoas que precisam de mim. Ainda não me recuperei por completo, mas cada segundo que passei daquele jeito me trouxe novos pensamentos e novos aprendizados, e eu sei que mudei e que alguns não vão gostar. Mas era algo que aconteceria mais cedo ou mais tarde e me orgulho disso. Ainda assim eu quero agradecer àqueles que conseguiram pôr sorrisos no meu rosto, aos que se preocuparam comigo.

Então, aqui vai meu conselho: nunca espere por alguém. Mesmo que o mundo queira lhe ajudar, você nunca estará curado se não quiser. Não há nada mais forte do que a força que você pode conseguir em si mesmo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Brincadeiras da mente

"Você não pode entender
Não pergunte por quê
Mas talvez estas amarras estejam apertadas demais
Ou seja apenas outra piada de mau gosto
Ela conhece bem suas fraquezas, formula seus pensamentos
E você nunca poderá escapar.

Não, jamais
Mesmo que corra além do tempo
Mesmo que grite pela sua mãe
Os espinhos clamam por você
Esticam-se até sua garganta
E agora parecem tão agradáveis

Sua voz se perdeu em algum lugar atrás
As cores entram pelos olhos e banham-se em sangue
Mesmo que tudo seja belo, ainda há uma dor.
Uma dor ainda mais bela que tudo.

Ou talvez você apenas tenha perdido o juízo.
Até que seja mais que tonto: louco.
Arrastado por seus próprios pensamentos."
11/07/11

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fragmentos

Bem, passei um bom tempo sem postar nada e agora decidi dar a vocês, meus queridos seguidores, alguns curtos poemas que fiz. Como sempre, espero que gostem!

"Num profundo pensar consigo mesmo.
Amigos, inimigos, esquecidos.
Donde cada gota de alegria fora merecida
Sorrindo para as cores do amanhã.
Orgulho de si."

01/02/11

"Acalme os sons da alma,
Deixe-a respirar os detalhes do mundo.
Cada gota de simples e única existência.
Deixe fluir a vida,
faça parte do tudo.

Desmanche suas camadas, respire.
Deixe fluir...
A luz."

01/02/11

"Eu amo a voz.
Eu odeio a voz.
Num último suspiro, agarro-me a ela com todas as minhas forças.
E parto.
Levando-a como última lembrança
Último espinho."

08/06/11

Fascínio à Tragédia (em construção)

"A platéia entusiasmada clama por sangue
Querem ver todas as feridas expostas, como se a eles pertencessem.
Querem a dor emanando dos atores
Querem morrer por eles"

12/06/11

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Desperte

"Costurado junto à carne
O Coração finge bater
Arrastando-se para fora do Abismo
Clamando por socorro

As cores, as formas se tornam borrões de tinta
Os amores, a Brisa carrega
Os sons são vozes macias
O seio vira cicatriz

Mas os olhos, teimosos olhos, insistem em ver
A Beleza, encantada, devolve suas cores
O Mundo, espantado, devolve suas formas
A Brisa traz de volta seus amores
A Morte vive"
13/06/2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

Legado Malkavian

"Sua falsa realidade
Nossos risos de desespero
No fundo do poço de nossa sanidade
A mais bela rosa do saber

Palavras que nunca serão esquecidas
Tão pouco compreendidas
E mal sendo discernidas
O suporte do mundo destruído por um toque

Venha dançar esta valsa confusa
Meu reino de desventuras caindo de tal altura
Sobre as cabeças dos perdidos
Sozinhos e unidos...

Através dos finos lençóis de sonhos tenebrosos
Uma leve lembrança de dias iluminados
Deformados por um simples beijo sangrento

Bem-vindo ao caos."

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Heróis do Triunfo

"Estes muros firmes de esperança protegem meus sonhos
Nenhuma realidade derrubará meus portões
Até que deles saíam
Meus heróis do triunfo
Conquistando a terra com raios de luz

Mais vale lutar por sonhos que lutar por glória
Mais bela será nossa vitória
Mais que todos os tesouros do mundo"

18/05/2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Poema sobre amar

"Eu amo alguém.
Mesmo sendo alguém que não me ama.
Eu escolhi amá-lo,
Porque caso não amasse
Jamais amá-lo-ia
Se um dia ele me amar.

E assim sendo eu amo a vários,
Amo na mesma quantidade,
Como chama de vela que apaga
com a mais fraca brisa.

Ainda assim eu os amo,
um dia duradouro, noutro passageiro.
E bêbada por este amor eu atravesso a vida,
Sempre feliz."

06/05/2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Matrix, um marco do cinema

   Ficção científica, efeitos especiais, animes, HQs, informática, literatura cyberpunk, religião, filosofia, etc. Todo o universo de Matrix – incluindo aqui não só os três filmes, mas também o anime Animatrix, o jogo Enter the Matrix e a HQ lançada apenas nos Estados Unidos - chama atenção por unir todas estas áreas e mais algumas. Não simplesmente jogá-las em algum canto citando-as às vezes, mas realmente utilizando-se delas, resultando num desenrolar incrível de uma história envolvente e inspiradora.
   Concentrando-se na filosofia, possui uma forte relação com estudos sobre a percepção e como os sentidos podem nos enganar. Os habitantes da Terra são mantidos em “cápsulas”, onde vivem num mundo virtual. Este mundo virtual é chamado de Matrix, um programa criado pelas máquinas, que dominaram uma Terra quase completamente destruída pelo ser humano. O programa é um mundo idêntico a antiga Terra, onde os humanos podem “viver” sem saber do que acontece na realidade. Cabos estão conectados a todo o corpo destes “adormecidos”. Eles possibilitam principalmente o controle do sistema nervoso, dando ainda mais a impressão da realidade, entretanto eles estavam privados desta. Aqui podemos lembrar dos filósofos Pirro (365 – 275 a.C.) e Husserl (1859 – 1938) que questionavam a ligação da percepção com a realidade e a verdade.
   Uma curiosidade no filme é que a primeira versão do programa Matrix, criada por outro programa intitulado “Arquiteto”, é desenvolvida para ser um mundo perfeito e acaba falhando. Assim ele cria uma segunda, que refletia as monstruosidades da natureza humana e também falha. Para criar uma versão que 99% dos humanos aceitassem, ele se une a outro programa intitulado “Oráculo”, um programa intuitivo que estudava a mente humana. Ainda assim há uma falha: aqueles 1% que descobrem a verdade e despertam. O ser humano é capaz de criar sua mente de maneira artificial? Acredito que não, já que ele mal conhece a própria mente. Matrix, sendo uma ficção científica, ainda mostra a imperfeição desta criação nestes 1% que despertam. Para mim, a mente humana é imperfeita de uma maneira tão complexa que nem mesmo nós a compreendemos. Talvez por isso tenhamos coisas como as emoções e os instintos, compondo um ser que apesar de confuso possui certo equilíbrio.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pequenas Histórias 3

Eu queria atenção especial de vocês para essa pequena história. Na verdade, é um dos meus projetos para um livro, então gostaria que comentassem se são a favor de uma continuação. Sua opinião é muito bem-vinda! Ah, como podem perceber, ainda não tem nome...


 O desespero quase incontrolável de Alef era bem visível em seus olhos cinzentos, o coração estava a ponto de rasgar seu peito. Trêmulo, experimentava uma sensação antes desconhecida: medo. Ele nunca se permitira temer, tinha um plano para cada situação, tinha sempre controle sobre tudo. Exceto naquele instante, olhando para as lágrimas de sua irmãzinha na mira de um revólver. Joe Silc era um verdadeiro assassino que só ainda não atirara pela utilidade óbvia da garotinha como escudo humano. Nunca devia ter permitido que ela soubesse dos negócios com Ivan. A única menina que amava de verdade, de uma forma pura e incondicional! Queria apenas vê-la sorrir, como costumava fazer nos passeios pela praça da cidade; como quando deu a ela um coelho no seu aniversário passado; como durante o inverno, onde eles mais pareciam crianças de neve...
 - Alef! - Ivan chamava-o, ao seu lado, impaciente.
 Quanto mais tempo ficassem ali, mais vulneráveis estavam a um novo ataque. Ivan Krowless não admitia erros e pouco se importava com a vida da garota. Porém sua conexão com Alef era importante para conseguir seus objetivos, então deu o papel da escolha ao rapaz, do contrário já teria tirado a arma da calça e acabado com aquilo de uma só vez.
 Acho que vergonha, medo e culpa são as melhores palavras para descrever como Fleur se sentia. Uma flor prestes a ser despedaçada. Tinha apenas 11 anos e já se considerava um completo incômodo. Na semana passada, implorou para ajudar e agora, graças ao seu descuido, era refém do inimigo. Mais que isso, dependia de Alef, quando tanto quisera mostrar-se madura o suficiente para cuidar de si. Um erro comum, ela devia saber. E o semblante dele... sua mente fervia em busca de uma escapatória segura para todos. Fleur respirou profundamente, não podia ser apenas a "mocinha em perigo" como tantas outras que via nos filmes. Precisava agir.
 Uma ideia veio-lhe a mente. Pisou no pé de Joe, que, num grito, a empurrou instintivamente, mas não antes dela virar-se e dar-lhe um soco. O empurrão a derrubou, uma oportunidade perfeita para seus companheiros agirem. Enquanto se erguia, uma sensação correu-lhe forte pelas veias como uma descarga elétrica muito rápida. Os olhos arregalaram-se, terror. Ela sabia o que ia acontecer.
 -Aleeeeeeeeeeef! - gritou, tarde demais, como sempre.
 Dois tiros foram disparados. Fleur olhou para trás. Joe apontava a arma para frente, seus olhos eram vazios, havia um buraco na testa. Não tardou a cair, sem vida. Olhou então para frente. Mesmo que não quisesse confessar para si mesma, torcia para que a outra bala tivesse atingido Ivan, para que todo aquele pesadelo terminasse. Ivan realmente estava na mesma posição que Joe, seus olhos também eram vazios, entretanto era só o vazio costumeiro dele, sem qualquer vestígio de emoção. Mas não tinha ferimentos. Fleur baixara o olhar, sabendo que não queria ver. O garoto de cabelos brancos e vestes igualmente impecáveis, como as dela mesma, exceto por uma mancha vermelha que não devia estar ali...
 -Não... - murmurou, engatinhando para junto dele, virando-o e pondo a cabeça dele em seu colo - Não, não, não!
 Banhava-se nas próprias lágrimas, apertando-o contra si. Afundou sua cabeça no corpo do garoto, aquilo não podia estar acontecendo, era tudo um pesadelo. Porém nunca mais ouviria qualquer palavra de seu amado irmão... A morte parecia ter lançado um véu de consolo sobre os dois que a impedia de entrar em pânico, consequentemente tornando mais intensa a triste realidade.
 Mais uma vez Ivan era cercado por um muro impenetrável que já fazia parte de sua natureza. Nada sentia. Claro que a perda de alguém como aquele rapaz, cuja inteligência o ajudou muitas vezes, era significante. Mas não havia tristeza para ele. Continuou a observar os gêmeos, duas pequenas crianças cujas mentes mais avançadas que o normal fundiam-se com a inocência infantil.

9 anos depois

Domingo. Um mar de nuvens negras cobria o céu. O sol não quis aparecer de maneira alguma. Espíritos - ou o que quer que fossem - caminhavam por cada rua, cada construção de Damian. Eram 8 horas da manhã. Uma garota de cabelos brancos observava a cidade morta. Imaginou se os pesares dela resolveram se manifestar no clima. Hoje os dois teriam 20 anos...

sábado, 23 de abril de 2011

Pequenas Histórias 2: Pensamentos de Mary

Eu não sei como essas coisas me vem na cabeça, simplesmente me dá vontade de escrever um texto e eu não hesito em pôr o que conseguir no papel. Este nasceu durante uma aula, quando eu recordava minha infância. Lembrei das histórias que meus pais contavam, em especial sobre três "quase-afogamentos" meus. Bem, vamos lá...

Mortais Lembranças D'água

 Meu lugar favorito em Damian sempre foi a enorme ponte que anunciava a entrada da cidade. Era velha, firme, escurecida e gelada. Apenas a lua iluminava aqueles que passavam por ali. Chegava a ser irônico um lugar tão morto e obscuro como entrada de uma cidade tão cheia de vida e iluminada por um punhado de cores ofuscantes em todos os lados. Mas, para mim, sobre a ponte tinha-se a melhor visão de Damian: olhando para trás, todo o cenário do mundo moderno; olhando para frente, a natureza fechada e intocada, guardando segredos que muitos preferiam não saber. Ainda em baixo, a tranquilidade do rio, com leves movimentações causadas pelo vento. Fitava-o tanto, por longas horas, que até podia imaginar-me flutuando sobre a água. O ria me chamava. Minhas experiências com rios, açudes e piscinas nunca foram as melhores, porém nunca perdi meu fascínio por mergulhos, mesmo lembrando perfeitamente de todos os momentos submersa... Mais que completa escuridão ou luz, a água envolve todo meu corpo e logo começa a pressioná-lo. O ar escapa, desespero libera-se por minhas veias, travo uma guerra pela sobrevivência, entretanto não há onde me apoiar. O rio continua puxando-me para baixo enquanto invade meu corpo Alguém, por favor, me ajude. Não há ninguém para me ouvir. Não sei se estou chorando, pois banho-me num mar de lágrimas...
  Então acordei, afastando-me subitamente da beirada da ponte, respirando rápido. Já chega, hora de voltar para a realidade.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um tempo meu - 3º parte

 "O semáforo mostra, orgulhoso, a sua luz vermelha. Os carros passam apressados. As pessoas continuam com a expressão de mesma coisa. Aí penso que em algum lugar do mundo acaba de nascer uma criança. Talvez essa criança venha a se tornar muito sábia e venha a escrever um livro que, no futuro, seja lido por muitas pessoas, em todas as partes do mundo. Até aquelas que eu nem sei o nome. Um menino escritor como Machado de Assis ou Shakespeare. Escreveria um livo que ensinasse as pessoas a se olharem e a sorrirem nos dias de chuva. Então o semáforo ficou verde e eu atravessei a rua e segui em frente."

Landeira, J. L; Baronto, L. E. O tempo em gêneros. São Paulo: Salesianas, 2008.

domingo, 17 de abril de 2011

Um tempo meu - 2º parte

 "Claro, de repente sou obrigado a olhar para o chão. Ou olhar em frente. Olhar em frente obriga-me a ver as pessoas apressadas, com expressão do mesmo no olhar, caminhando não interessa a ninguém para onde a não ser para elas mesmas. Talvez nem para elas lhes interesse. Uma delas passa e cospe no chão. Que coisa mais desagradável!

 Mas eu ando devagar, não vou deixar que a pressa dos outros contamine o meu passeio. Eu preciso filtrar tudo ao meu redor, alimentar-me do que vejo, respirar tudo, deixar o tempo pulsar em mim. As paredes, com a umidade da chuva, parecem ter as cores reforçadas. Como se fossem cores mais vivas, até o ar parece ficar mais vivo. Então, as cores vivas das paredes das casas, do chão molhado, das plantas, sei lá... até dos guarda-chuvas das pessoas apressadas, dos carros na rua respingando água suja nos outros, de tudo, enfim, contrasta com o céu cinza e frio. Nesse momento eu gosto de andar pela rua. Eu ando pelo mundo, devagar, naquele instante. Há música dentro de mim..."


Landeira, J. L; Baronto, L. E. O tempo em gêneros. São Paulo: Salesianas, 2008.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Um tempo meu - 1º parte

Achei esse texto no meu livro de Ensino Religioso. Eu nem gosto dessa matéria, minha escola é católica e acaba transformando em "Ensino Católico". Para pessoas que não são dessa religião é bem desconfortável ter que tirar nota boa nela, mas é a melhor escola da área, então... O texto é um tanto comprido, como já devem ter notado, separei em algumas partes para postar aos poucos.

"Um tempo meu

 Eu ando pela rua, observo as pessoas que passam apressadas perto de mim. Sim, perto de mim, mas não me enxergam. Bem, a grande maioria delas não me enxerga... É quase como se eu não existisse. É quase como se eu não existisse para elas. Apressadas, sempre apressadas. Os carros... As pessoas... Quem iria reparar em mim? Ainda mais em dia de chuva! As pessoas passam, guarda-chuvas abertos, apressadas, indo correndo para algum lugar. Elas não querem saber quem eu sou, o que eu penso, por que caminho devagar pela rua molhada. Pela rua, não; pela calçada. Os carros passam, rostos cansados dirigem apressados, mesmo quando andam devagar, por causa do trânsito lento, estão apressados e nós, do lado de fora, apenas temos de desviar dos respingos das águas das poças que os carros espalham ao passar. No rosto de todos que passam, uma expressão do mesmo, como se fossem para o mesmo lugar. Ou para lugar nenhum.

 Caem umas gotas preguiçosas do céu e eu imagino-me naqueles filmes em que tudo acontece em câmera lenta, muito devagar. É assim: eu levanto os olhos para o céu e vejo a chuva caindo, o meu guarda-chuva protege-me um pouco e o desenho cinza das nuvens no céu facilita a sensação de estar tudo parado, tudo parado menos a chuva que cai, em câmera lenta. Eu, muito longe de todas as pessoas, na verdade, eu muito longe de tudo, apenas, talvez, isso quando olho o céu e a chuva caindo, eu, talvez, apenas dentro de mim..."

Landeira, J. L; Baronto, L. E. O tempo em gêneros. São Paulo: Salesianas, 2008.

terça-feira, 29 de março de 2011

Poema: "Eu, já estive..."


Com algumas pequenas edições:


"Eu já estive aqui, aí.
Nos lugares que vi,
procurando o que falta em mim.
E não encontrei.

Ando assim,
mas ainda tenho muito pra caminhar.
Eu sei que estou.
Eu sei que está em algum lugar.

Enterrado entre algumas mágoas.
Abandonado dentro de alguma esperança.
Escrito em algumas lágrimas.
Fechando em poucas ignorâncias.

Deve estar.
Eu
devo estar...
"

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=106799790

sexta-feira, 25 de março de 2011

No mundo dos Rpgs de mesa


O poema abaixo é um dos mais antigos que consegui salvar. Lembro-me que estava jogando Vampiro - A Máscara (storyteller ou Rpg de mesa, o mesmo rpg citado na história de Lilian Gray; para aqueles que não sabem do que se trata, imaginem que seja apenas mais um jogo), quando o fiz. Sempre joguei com o clã Malkavian, conhecido como "os sabiamente loucos ou loucamente sábios", cujas mentes foram distorcidas pelo excesso de sabedoria ou conhecimento, use o termo que preferir. Bem, alguns acham que são apenas loucos. É uma boa discussão para outro post...

"Tão sádico e diverso, tão sádico e diverso, tão sádico e diverso, tão sádico...

Tão podre em seus próprios dizeres e tão feliz em seus delírios, tão feliz...

Tão inocente quanto uma gota de orvalho que cai no chão, é absorvida e se torna um nada entre as gotas de chuva que ali já caíram.

Tão psicótico quanto aquele serial killer estúpido e sem sentido.

Tão único e tão perto de ser tão comum...

E nós... nós somos o pólen que se foi com alguém... que se perdeu de sua flor-mãe e criou novas flores, mas estas nunca serão iguais àquela...

Tão sós com nossos delírios."

segunda-feira, 14 de março de 2011

Poema: Jardim de Amores

"Amor de rosas vermelhas,
Buscando caminhos do destino.
Fizestes um ninho em meu peito?
Curto amor de rosas vermelhas!
Sem por que nem pra quê
Apenas admirando um ser,
Uma vítima de seu aroma,
Enquanto a jovem flor ele toma.

Que dizer das rosas brancas?
Puras, ingênuas ou românticas,
Frágeis, cheias de esperança.
Doce amor de rosas brancas!
Onde nessas cartas mansas,
Guarda seu coração carente
Em algumas linhas tímidas
Para tantas emoções aparentes.

Bom seria um amor buquê.
Sem por que nem pra quê.
Puro, ingênuo e romântico.
Sobre todos os cânticos.
Apenas querendo o bem
Para o coração que ele tem."
08/02/2011

Soneto do Observador

"Atravessei as nuvens,
Quando me achar sóbria os olhares se vão.
Vi as flores que nunca pude ver,
E quem me dera não ter limites.

Por baixo das ferrugens,
Que me eram no princípio as dores da solidão,
Tive as cores que nunca pude ter,
E quem me dera não ter limites.

Mal sabe quem passa as coisas que perde,
Onde a um tudo ilusório ele cede,
Tira de si a compaixão?

Por séculos mais e mais perdidos,
Onde logo tornam-se esquecidos,
Os fascínios do coração."

09/02/2011

Bem-Vindos

 Olá, pessoal. É a primeira vez que faço um blog, então perdoem meus erros, por favor.
 Aqui postarei pensamentos, pequenas histórias e poemas feitos por mim ou os meus favoritos; desde românticos a assustadores. A princípio, o maior objetivo era guardá-los em um lugar mais seguro que folhas de um caderno ou meu computador (metade dos meus poemas fora excluído graças a um erro de certa pessoa), mas também é uma boa oportunidade de mostrar os meus tesouros para quem tenha interesse, pois "algo só existe se for notado", não é?

 Críticas são permitidas, contudo seja educado.
 Bem, espero que gostem, desejem-me boa sorte!

 Ah, por favor, peçam minha autorização antes de copiarem algo. Sei que muitos não pedirão, mas vale a pena tentar!