quarta-feira, 4 de maio de 2011

Matrix, um marco do cinema

   Ficção científica, efeitos especiais, animes, HQs, informática, literatura cyberpunk, religião, filosofia, etc. Todo o universo de Matrix – incluindo aqui não só os três filmes, mas também o anime Animatrix, o jogo Enter the Matrix e a HQ lançada apenas nos Estados Unidos - chama atenção por unir todas estas áreas e mais algumas. Não simplesmente jogá-las em algum canto citando-as às vezes, mas realmente utilizando-se delas, resultando num desenrolar incrível de uma história envolvente e inspiradora.
   Concentrando-se na filosofia, possui uma forte relação com estudos sobre a percepção e como os sentidos podem nos enganar. Os habitantes da Terra são mantidos em “cápsulas”, onde vivem num mundo virtual. Este mundo virtual é chamado de Matrix, um programa criado pelas máquinas, que dominaram uma Terra quase completamente destruída pelo ser humano. O programa é um mundo idêntico a antiga Terra, onde os humanos podem “viver” sem saber do que acontece na realidade. Cabos estão conectados a todo o corpo destes “adormecidos”. Eles possibilitam principalmente o controle do sistema nervoso, dando ainda mais a impressão da realidade, entretanto eles estavam privados desta. Aqui podemos lembrar dos filósofos Pirro (365 – 275 a.C.) e Husserl (1859 – 1938) que questionavam a ligação da percepção com a realidade e a verdade.
   Uma curiosidade no filme é que a primeira versão do programa Matrix, criada por outro programa intitulado “Arquiteto”, é desenvolvida para ser um mundo perfeito e acaba falhando. Assim ele cria uma segunda, que refletia as monstruosidades da natureza humana e também falha. Para criar uma versão que 99% dos humanos aceitassem, ele se une a outro programa intitulado “Oráculo”, um programa intuitivo que estudava a mente humana. Ainda assim há uma falha: aqueles 1% que descobrem a verdade e despertam. O ser humano é capaz de criar sua mente de maneira artificial? Acredito que não, já que ele mal conhece a própria mente. Matrix, sendo uma ficção científica, ainda mostra a imperfeição desta criação nestes 1% que despertam. Para mim, a mente humana é imperfeita de uma maneira tão complexa que nem mesmo nós a compreendemos. Talvez por isso tenhamos coisas como as emoções e os instintos, compondo um ser que apesar de confuso possui certo equilíbrio.

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