A menina, garota, mulher, ergue-se e caminha por entre o
jardim, perfurando seus pés a cada passo e deixando um rastro de si para trás.
Nenhuma lágrima cai. Na imensidão não há vida ou esperança, nada que possa
guiá-la. Ela não precisa, atingira seu objetivo de uma
forma ou de outra, e o que tinha em mãos não era nada mais do que a
promessa de um futuro, porém um futuro vazio. Um futuro vermelho, cinza e
preto.
Há guerra por toda a parte, esta é a verdade. Guerras incessantes rasgando seu
passado e seu presente, sua alma podre. As labaredas que nunca se apagam,
devorando, consumindo, tudo que um dia ela fora ou que lhe pertencera. Tudo.
Uma vida, uma morte.
Contradizendo expectativas e possibilidades... a criança sente o desejo ardente de erguer seu sussurro num grito.
Não, sua pequena guerra pessoal ainda não chegou ao fim. Algo também a espera.
O vento outra vez ressoou num assobio musical. O som,
entretanto, provinha dos lábios de Cedric, junto à porta do salão principal.
Ele a fitava com um sorriso tímido, porém venenoso, o bastardo infiel...
- Tente não se perder, Irium... – Cedric deu meia volta e
partiu para o corredor.
Ela esfrega os olhos, suspirando, e segue com ele arrastando seus pés, sonolenta. Em que
estava pensando mesmo?"
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