sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Uma taça feita de um crânio humano (tributo)

Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
- Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...

 Lord Byron



quarta-feira, 16 de abril de 2014

Protótipos de trabalhos (um nome melhor seria "reflexões", mas deixa...)

" [...] Partindo da concepção da liberdade como principal expressão da individualidade, para identificá-la no meio social é necessário antes definir esta individualidade. No senso comum, há a exaltação de que a verdadeira individualidade do ser humano está presente nos seus aspectos mais independentes do mundo externo. Esquece-se assim de que o ser humano é amplamente influenciado desde o nascimento por aspectos alheios a ele, como a família, a escola, e até mesmo a herança genética. O que realmente diferencia um indivíduo de outro, a construção deles, é quais foram estas influências exteriores, como elas o atingiram e como se relacionam em síntese para gerar a consciência individual. O indivíduo é, na verdade, a totalidade de suas experiências.

A liberdade manifestaria o produto da síntese das experiências e relações entre estas dentro do ser humano. Ela mesma não estaria livre de influências e tampouco deve ser desvalorizada por isso, pois estas influências podem ter resultados diferentes de acordo com as vivências de cada indivíduo. São estas diferenças que criam novos pontos de vista, inventos, ideias e posteriormente modificações na sociedade, como por exemplo as revoluções sociais alterando nossos modos de vida, tornando-as assim a demonstração mais perceptível de como há liberdade social, porém observada através de um novo prisma que admite as influências como partes do indivíduo e não limitadoras de liberdade."
(10/04/2014)

terça-feira, 25 de março de 2014

Meus Amigos Imaginários me Ajudam a Escrever Histórias

"- Você e a garota, como estão? - joguei a pedrinha pra longe e quase acertei um gato, teria pedido desculpas se ele não estivesse correndo pra longe.

-Tudo bem, tudo na mesma. - ele sugou o cigarro, eu tinha várias metáforas desagradáveis sobre aquela ação, mas não fugiria do assunto agora.

- Que saco. Tudo precisa de um problema pra funcionar bem, ter um equilíbrio. Se você não tem problema, você é o problema. Sinto muito pelo namoro de vocês ser um saco. - não era verdade, digo, o pensamento era, meu sentimento não. Os dois eram bundões demais para estarem juntos.

- Isso é uma filosofia paranoica, pequena. - não consegui entender se ele sorriu zombando de mim ou se tinha atingindo meu ponto antes que eu o explicasse.

- E o que você pensa que nós somos hoje? A paranoia não acaba no assalto e no assassino. Tampouco em namorinhos, mas está aí também. É a essência humana atual: paranoia."
(25/03/2014)

sexta-feira, 7 de março de 2014

Olhem só, uma historinha!

Então, apesar do que foi dito durante a atualização, eu vou sim continuar a postar (também) todas as histórias que conseguir fazer. Tenho um bocado acumuladas em pastas e na área de trabalho, que escrevi durante o último ano e por esquecimento ou qualquer outra coisa acabei não postando. Aqui vai uma.

" uma poeira branca sobre minhas pálpebras. Eu pisco e ela começa a cair. Manchas. Sinto um gosto forte na língua, vermelho, um gosto de reconhecimento mais instintivo do que consciente. O resto não sou eu.

Meus lábios se movem, ardem como agulhas, milhares de agulhas em linhas furando e puxando. Ardem em branco. E eu digo alguma coisa, mas não sou eu.

'Não... devia...'

Breve Atualização

Nada como desempoeirar um blog para se distrair, não é? Creio que sim. Pensei até em mudar o design, mas não veio nada criativo em mente, então deixa pra lá.

A atualização aqui explicitada será 95% pessoal, um aviso a quem acha isso um saco, pode parar de ler e aguardar os próximos textos. Para quem fica, comecemos:

Sou universitária agora (finalmente!), com minha tão sonhada faculdade de Psicologia. Sou meio hipócrita sempre que digo o quanto esperei ou batalhei por isso. Na verdade meu último ano na escola foi bastante relaxado e não precisei estudar por mais anos e anos para passar numa federal. A tranquilidade e a bagagem de aprendizado que carrego desde o fundamental foram suficientes, o que até me impressionou, depois das chamadas sem mim achei que tinha relaxado demais... Talvez tenha sido o curso, de concorrência não tão grande...

Enfim, dizer que me esforcei não é a palavra certa, mas me esforçarei dentro da universidade com toda certeza, por gostar muito do que irei estudar e para não correr mais riscos. Isso significa que agora tenho verdadeiros motivos para não ter tempo livre para escrever aqui (risos e um "mas então está voltando por quê?"), porém tenho me sentido inspirada com as aulas, os professores e o conteúdo. Sendo assim, a partir de agora este blog tende a ser muito mais eclético em conteúdo, com análises minhas diante do que estudo e da rotina que eu levo (que também está bem alterada), invés de só contos e poemas. Talvez ele se torne um verdadeiro lugar para anotações, mais ainda do que quando se chamava "Notas nas Paredes".

Para todos aqueles dois ou três que ainda visitam este blog - mesmo com os intervalos de anos inteiros entre algumas postagens (fiquei pasma quando vi as visitas nas estatísticas)- um longo abraço pelo seu apoio, e sintam-se todos bem-vindos de volta ao meu lar.

Abraços (de novo)
Ass, Babi Malk