Finalmente trago um texto... quase completo para vocês. Agradecimento especial ao Helton Matiazi pela colaboração, e espero que gostem!
"Ele acariciou o rosto dela. Armas famintas acariciavam a pele fria dos dois amantes que se envolviam em um abraço delicado, ela, apontando para baixo do pulmão dele, e ele, segurando a glock no pequenino ouvido esquerdo de sua pupila. Além disso, é claro, existiam também meigos sorrisos, infestados de segundas intenções junto de olhares vorazes. O casal mataria literalmente a saudade.
"Ele acariciou o rosto dela. Armas famintas acariciavam a pele fria dos dois amantes que se envolviam em um abraço delicado, ela, apontando para baixo do pulmão dele, e ele, segurando a glock no pequenino ouvido esquerdo de sua pupila. Além disso, é claro, existiam também meigos sorrisos, infestados de segundas intenções junto de olhares vorazes. O casal mataria literalmente a saudade.
- Ficaremos aqui para sempre. – ela formou um biquinho
brincalhão.
Ele sorriu e inclinou o rosto para frente, beijando com
suavidade seus lábios macios. Ela puxou a arma apontada para sua cabeça e o
homem a soltou sem se importar, mas fazendo o mesmo com a que a garota
segurava. Ambos deixaram-nas caírem no chão.
- Espertinha... – ele sussurrou, fitando-a com os olhos
semicerrados.
Cramer e Lucy se abraçaram, esmagando no encontro dos corpos
a distância cultivada por tantos anos. Mestre e aprendiz agora eram iguais
pelos becos da noite, como assassinos de aluguel da mais perigosa sociedade: os
bastidores do mundo humano...
- No fundo você não mudou nada, menina.
- No fundo e por fora, você também não, idiota! – ela
mostrou a língua e riu.
Não, nenhum dos dois tinha mudado tanto assim. Eram dois
assassinos, ocultando em risos extrovertidos a frieza com a qual apontavam suas
armas para a próxima vítima. Eram psicopatas quando em serviço e crianças
brincalhonas quando livres. Sabiam que estavam condenados ao inferno e tinham
seus motivos para seguir em frente. Mesmo se estiverem errados, eles diziam,
tentavam ser felizes.
Ela o abraçou mais forte, repousando a cabeça sobre seu
peito. Sentira muito mais saudade que ele, com toda certeza. Era uma menina
forte e perigosa, mas ainda era uma menina; ele ainda era o irmão que nunca
teve, um amigo inesquecível e um adorado amante. Um pouco mais alto que Lucy, possuía
curtos cabelos encaracolados tão negros quanto os dela e olhos claros que
prendiam qualquer um que os visse. Era belo, divertido e bondoso – apesar da
atual “profissão” –, ela sempre soube que nunca conseguiria impedir-se de
amá-lo. Mais que amigos, irmãos ou amantes, compartilharam então uma sina fatal
da qual nunca poderiam escapar. Eram meros mortais entre monstros, mas tendo-o
ali, tão perto de si, nada mais importava.
- Eu senti sua falta...
Cramer afagou os cabelos dela e juntos saíram do beco úmido,
no qual jaziam restos incinerados de criaturas estranhas, agora ainda mais
irreconhecíveis. O serviço da noite estava feito, eles tinham tempo livre para
conversar.
Eu agradeço pela oportunidade de ler seus textos em primeira mão, minha querida.
ResponderExcluirAguardo ansiosamente por mais.
hum, muito bom, logo de inicio, mostara-se, aventurante, e convidativo, aguardo, por mais, não me deixe de fora.
ResponderExcluirSempre que puder estarei postando as partes do encontro de meus caçadores. Como pode ver, a segunda parte também já está aqui. Estou um pouco doente então devo demorar um pouco mais a postar a terceira.
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