terça-feira, 25 de março de 2014

Meus Amigos Imaginários me Ajudam a Escrever Histórias

"- Você e a garota, como estão? - joguei a pedrinha pra longe e quase acertei um gato, teria pedido desculpas se ele não estivesse correndo pra longe.

-Tudo bem, tudo na mesma. - ele sugou o cigarro, eu tinha várias metáforas desagradáveis sobre aquela ação, mas não fugiria do assunto agora.

- Que saco. Tudo precisa de um problema pra funcionar bem, ter um equilíbrio. Se você não tem problema, você é o problema. Sinto muito pelo namoro de vocês ser um saco. - não era verdade, digo, o pensamento era, meu sentimento não. Os dois eram bundões demais para estarem juntos.

- Isso é uma filosofia paranoica, pequena. - não consegui entender se ele sorriu zombando de mim ou se tinha atingindo meu ponto antes que eu o explicasse.

- E o que você pensa que nós somos hoje? A paranoia não acaba no assalto e no assassino. Tampouco em namorinhos, mas está aí também. É a essência humana atual: paranoia."
(25/03/2014)

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