O Amor dos Mortos (projeto agora nas mãos de Helton Matiazi)

Trago uma novidade maravilhosa para vocês! Meu querido Helton Matiazi e eu estamos escrevendo um romance entre um vampiro e uma mortal, tendo como objetivo recuperar a verdadeira face de um amor vampírico - que vem sendo deturpada por historinhas de adolescentes carentes pela utopia de amores perfeitos (lê-se Crepúsculo, Vampire Knight, etc. - nada contra quem gosta, mas talvez possam aprender alguma coisa).
A narrativa se passa na Idade Média e terá como base o sistema de Vampiro A Máscara. Para aqueles que não o conhecem, não tem problema algum, pois podem aprender o necessário com a própria garota de nossa história.
Helton desenvolverá o vampiro e eu a mortal - óbvio. Todos os dias nós discutimos vários detalhes e cenas, espero mesmo que consigamos escrever tudo que temos em mente. O vampiro vocês conheceram a partir do texto abaixo; a garota possui apenas 14 anos e encontra-se de cara com um destino cruel imposto pela sociedade medieval.

Então, aqui está o "prelúdio" de nossos dois personagens. Espero que gostem!


Ele

Ela

"Se não fosse tão gelado, eu poderia estar no céu.

A floresta banhada em neve estendia-se muito além do alcance de meus olhos, com suas árvores negras distantes umas das outras. Todo o resto era branco. Um palco perfeito que me fez suspirar em paz. O vento fresco sussurrava carinhosamente ao meu redor. Não estava presa às ordens dos meus pais, ou a uma sociedade hipócrita que seguia de cabeça baixa. Eu podia viver sem me dizerem como agir ou pensar. Estava sozinha num mundo apenas meu e da neve.

Os flocos continuavam a cair numa chuva vagarosa. Olhei para o céu e um deles tocou meus lábios.

Durante aquele segundo, o ar deixou de existir.

Aquela pequena gota gelada sugou tudo o que eu tinha e quem eu era. Eu podia apenas senti-la ali, sobre minha boca, derretendo o mais lento possível e levando com ela a mim, retirando do meu corpo o calor e dando-lhe à floresta. Esta mudava drasticamente; enquanto eu empalidecia cada vez mais, a partir dos meus pés a neve transformava-se em vermelho, espalhando minha vida por todos os cantos, deixando-me falecer. Meu corpo não mais me pertencia, minha vida não mais importava, minha alma uniu-se ao frio e ele não era mais que eu.

Abri os olhos.

Agora os lençóis abraçavam a mim como um amigo preocupado, porém as sensações do sonho continuavam reais, espalhadas pelo meu quarto. Eu ainda podia sentir o frio e negava me mexer, assustada demais para querer voltar e dolorida demais para querer ficar. Apenas perdida, sem rumo, esperando o tempo."