domingo, 20 de maio de 2012

De volta a Damian (e às narrações) - Moria

Olá, meus leitores. Er... sinto muito pela ausência de textos, tempos ruins me perseguem, muitas coisas têm acontecido por aqui e me afastando dos lápis e dos cadernos, lotando minha cabeça de pensamentos que nunca consigo escrever. Tenho muitas histórias atrasadas, contos incompletos (o que não é exatamente uma novidade). Mas, vamos lá, estou fazendo o máximo possível para conseguir alguma coisa digna deste blog.
Bem, estou tentando construir uma cena onde alguns importantes personagens meus se encontram em Damian, minha "cidade oficial". Aqui vai uma pequena amostra (lembrando que provavelmente será alterada quando/se eu colocar a versão completa).

"Moria olhava para a cidade iluminada através do vidro na janela do carro. Ninguém lá fora podia vê-la e ela não podia lhes ouvir. Verdade que há anos não visitava o mundo urbano, mas ele ainda era o mesmo caos sujo de vidas corrompidas pelos doces desejos que ela conhecia tão bem. Se havia propósito naquele lugar, era simplesmente este: espalhar sua doença.
A jovem dos cabelos cor de mel deixou escapar um sorriso malicioso, como se o semblante tristonho de antes nunca tivesse existido. Ela se escondera sozinha na isolada mansão de Julian durante muito tempo, refletindo sobre mil coisas, quieta em seu refúgio de paz e riqueza quase sem limites. Quieta demais. Relutou em voltar, apesar do pedido do próprio Julian - que ousadamente utilizou-se de toda a amizade entre os dois noturnos. Agora, porém, gostaria de agradecê-lo. Dentro de sua natureza conturbada, precisava admitir uma certa parte de si que sentira falta da decadência mágica de seu lar, tão contagiosa quanto um sorriso infantil.
Era sua sina.

O carro estacionou na frente de um imponente edifício revestido por placas de vidro fumê. Eram trinta andares curiosos que atraíam a atenção dos turistas e a indignação dos cidadãos mais antigos, pois não faziam ideia do que acontecia lá dentro. O acesso ao Gladium era restrito a uma parcela bem pequena da população que nunca dissera nada sobre como ele é por dentro ou o que faziam lá. Mas ela sabia. 
"Tão clichê da parte deles construírem este local..."
- Clichê, porém agradável, Frau Moria. - respondeu o motorista, sorrindo, mesmo com os olhos furiosos dela a lhe fitarem pelo retrovisor interno. De certo não devia invadir a cabeça dos outros sem permissão.
Dietrich Hiesel. Neófito adotado pelo senhor Daniel, sire de Damian. Para Moria, não deviam tê-lo escolhido nem mesmo como motorista, ainda era um adolescente achando que sua vida significaria algo mais com as trilhas dos filhos da noite. Comum e irritante, vários pensavam assim, e ele não se importava.
Ela deixou o carro para trás e caminhou tranquilamente até o prédio, seu longo vestido branco dançando com o vento gélido."

2 comentários:

  1. Gostei muito do seu texto. Espero que continue a postar partes do livro para que possamos acompanhar a trajetória de Moria em Damian. Um abraço.

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    1. Depois de meses sem escrever, estou voltando aos poucos. Farei o possível para continuar trabalhando com Damian e sempre postando aqui, obrigada!

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